Z-10) Ciclo dos 400 Sonetos - vol. II > 214 págs
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Soneto 501: Amor fraternal

Quero as rosas mais coloridas que houver
E aquelas que nenhuma cor tiver...
Quero amar todas as mulheres que houver
No fraterno amor que Deus quer!

Quero amar sem preconceitos de cor,
De raça, de nível social e de ardor...
Daquele ardor que o álcool provoca
Onde destrói, aparta e gera fofocas...

Quero amar a todos, unanimente,
Com a rútila nos olhos crentes...
De que, pra Deus Este é o meu valor maior.

O amor fraternal cobre multidão de pecados!
Porque ele é o único dom que a alma leva a Deus
Para o juízo final, onde será julgado.

Soneto 502: O beijo frio

Beijando-te naquele dia (não há beijei) ...
Pois tinhas os olhos, por mim, tão distraídos.
E por aonde eles iam, juro que não sei...
Mas procura alguém que tinhas perdida...

Talvez na insensatez do abandone impensado...
Ou pelo o abandono que lhe fora intimado...
E por aonde eles iam, juro que não sei...
Beijando-te naquele dia, não há beijei...

Tinha nos lábios a losna com o amargo
De uma despedida... onde o doce havia ficado...
E agora não tinhas para dar ao teu apaixonado!

Deixaste lá em algum lugar, o teu coração,
Como se deixa um favo de mel:
Mas não pudeste tirar de lá o teu mel de paixão.
Soneto 503: troca-trocas de amor

Cada braço no seu antebraço - ou segura ou balança.
E cada pé no seu passo, marchando no espaço...
A cada abraço o seu amasso... aperta-se o laço...
E a cada olhar o desejo pesa e alivia a balança.

Pende os olhos para dentro da alma em realejo...
A buscar os sentimentos de desejos...
E trazendo para fora... logo exporta no ensejo
Suas loucuras de amor, no despacho dos beijos...

E aí, invade o intimo da alma amante,
Levando quimeras alucinantes...
A negociar troca-trocas interessantes...

O que exporta importa - e o que importa exporta...
Assim funciona a negociação das emoções em alas...
Quando o acerto se equilibra numa mesma igualas.

Soneto 504: as duas faces do conselho

Os filhos do pecado dão conselhos segundo as trevas
E os filhos da salvação dão conselhos segundo a luz!
Se a tua opção sexual está no semitom e reluz...
Quem te olha não vê..., mas o desejo em oculto se eleva...

Têm-se aí, as duas faces dos conselhos numa porfia...
Os filhos do pecado dão conselhos segundo as trevas:
Saia logo do armário e faça parte dessa grande leva...
Porém os filhos da luz, vendo-o na maldita utopia...

Sente logo um tremendo arrepio por conhecer o criador!
Sabendo que aquele que permanece no armário
E vence as tais tentações... encontrará com o seu salvador!

Mas aquele que descer do armário para assumir sua maldição:
Perderá a carreira dos vencedores que alcançam a salvação!
Atirando-a pelos os maus conselhos - a sua alma na condenação.

Soneto 505: A desvalorização das coisas

Já não se pode mais confiar na aliança e nem no anel
Nos cabelos longos e nem no branco véu...
- A aliança não evita a tal separação...
E o anel não garante o sucesso depois da formação.

Aliança e anel são objetos de adornos das falanges proximais.
Os cabelos longos foram dados em lugar de véu em honra aos anjos
E o véu em reverencia a Deus quando ora ou profetiza, o arranjo...
- A cabeça descoberta desonra os poderes celestiais!

Quanto ao homem - se cobri-la é que desonra a Deus.
Mas as coisas têm mudado bastante aqui na terra dos humanos...
Conforme o tempo passa as mudanças vão gerando mais enganos.

E dessa forma, os valores reais das coisas vão se perdendo,
Para compor os sentimentos destorcidos nas novas gerações:
Os humanos vão se enchendo de novidades fartas de ilusões.

Soneto 506: As guerras

Vi mil canhões estourar munições mortíferas pelo céu...
Não há maior agressão de que essa aos ouvidos divinais;
Onde os homens arrebentam vidas humanas ao léu....
Para provar a força dos seus poderes governamentais.

São soldados que matam e morrem submissas ao comando
De cabeças pivôs de seus países - provocadores de guerras.
Há sempre um lado que tentara evitar e outro que emperra...
Emperram na maldade de pôr as duas nações em estrondos...

As guerras nunca trouxeram benefício algum aos humanos:
As reconstruções dos prejuízos a recuperar, levam anos!
Considerando que as vidas jamais serão reconstruídas.

Guerra é sinônimo de: prejuízos, mortes e ruptura psicológica!
Os sobreviventes que perderam seus bens e entes queridos
Nunca mais serão os mesmos ao retomar as suas vidas.

Sonetos 507: Apuros financeiros

Mutilaram-se as pernas fracas para não engordar a suas forças...
Convém segurar os pobres sem muita chance de ser forte,
Pois precisa ficar vivos e amarrados a má sorte...
De não poder andar pelas linhas, onde os seus destinos, outros orçam...

O pobre é um teco-teco tentando levantar o seu voo...
Mas acontece que não há quase espaço para decolar os seus sonhos.
Primeiro precisa abrir o seu campo, entremeio os enfadonhos...
Buracos e barrancos empurrões e trancos no espumento enjoo...

São poucos os pobres que conseguem achar o horizonte
Dos que podem voar com a liberdade da atmosfera aquisitiva;
Pois o próprio circuito da vida amarra os livres elefantes...

Aqueles que nunca subiram com as asas de sua liberdade...
Liberdade obscura pela falta de chance de espaço no campo de voo...
- Elefantes e bombas decaídas... estão aos circuitos, eletrocutados.

Soneto 508: A mágica dos pensamentos

Imagine só... quantas mágicas fazem os pensamentos:
- Faz a mágica de cobiçar a mulher do próximo,
Sem que o próximo veja os segredos no olhar de óxido...
(Combinando com a mulher dele naquele momento).

A arte de pensar é uma artimanha cerebral acometida
De tantas enfermidades... que lá dentro parece um arraial
De vermes fatais, projetando as guerras psicológicas e corporais.
E o ser humano ainda tem que carregar - isso consegue.

Os pensamentos podem fazer mágica no cérebro de um mágico!
E pode fazer mágica com a própria vida
Pondo-a numa melhor depois da ruína acometida.

Os pensamentos positivos tiram do buraco a própria vida
Ou pode pô-la lá... se não houver os cuidados apreendidos.
Imagine só... quantas mágicas fazem os pensamentos numa liga.

Soneto 509: O murchar da vida

Vai-se como a brisa... os meus sonhos amortecidos...
Que antes batiam para todos os lados quais ventanias...
Agora baqueados no frágil estímulo de suas magias:
Vai-se como a brisa... os meus sonhos amortecidos...

Quiser abraçar o mundo com suas ilusões atrevidas...
Mas fui abraçado pelo tempo que me levou
A juventude e a alma sonhadora, que agora se aperreou...
No mais ingrato a murchar que encolhe a própria vida.

Na vida tudo se vai... quais os sonhos que tanto sonhei...
Vejo tudo se encolher: O amor, o ódio e as fantasias em fulgor...
- Do amor, fica a doce essência da alma em magia de amor!

- Do ódio, fica o fel e as torturas na maldição infernal...
Com suas obras miseráveis, dê fundidoras do mal.
De uma coisa me alegro! Vivo a praticar a virtude do bem!

Soneto 510: compostos da nação brasileira

Cada caco guarda o fragmento da imagem que antes era...
Agora sendo caco já não pode dizer que é a imagem tal...
Assim é a imagem de uma nação ainda que colossal:
Cada cidadão é um fragmento nacional (assim se espera).

Devemos amar a nossa posição patriota!
Ainda que o poder político em ganâncias nos sufoque.
Somos cacos emendados numa civilização em estoque...
Muitos sofrem as necessidades - nos festins dos idiotas...

Mas outros exibem o poder dos suores patrióticos
Postos as suas mãos nas administrações - vis e caóticas.
E assim formamos uma grande nação de brasileira

Feita de cacos nacionais e cacos estrangeiros:
De ambos os lados... muitos se dão bem na vida que tem,
Mas muitos outros... não passam de cacos bagaceiros...