Z-15) Ciclo dos 300 Sonetos  Pós-modernos - Vol. II > 86 págs
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A nova Fôrma de versificação lançada aqui neste Movimento, pós-moderno,
Traz o formato de 18 versos:
(Uma sextilha, uma quintilha, um quarteto e Um terceto).
Exemplos a seguir:

301. O seu coração é um sol

Não tem como ruir o sol do além...
Assim como ruir o vaivém destemido
Dessa tua inquietude – do, sem ninguém!
Se você pega uma aqui, e outro acolá...
Mas não assume ninguém!
Então tu és um sol distante também – do amor!

Mas os teus desejos bailam num vaivém,
Quais os raios do sol – que queimam e iluminam,
Sem que ninguém o toque no seu visível além...
Analogicamente, todo lhe vê e não a toca!
Oh, meu Deus! Que mulher bela e louca...

Ilumina e queima, mas esconde o seu íntimo no além...
Expõe o seu corpo aos desejos, mas ninguém lhe toca.
Porque o seu íntimo está distante e tem senha:
- Ela não quer ou não são aprendeu amar ninguém.

Talvez oh, minha querida Mara!
Sejas melhor assim: se advertir nos desejos,
De que, se prender num amor de duvidoso fim.

302. Corações opostos

Já não quero ouvir palavras ruivas assim,
Queimadas pelo o deficiente equilíbrio
Das tuas loucuras: teus hábitos é uma controvérsia:
Ninguém é obrigado a ser como tu és... E vice-versa.
Mas tu insistes em fazer outras pessoas navegarem
Em tua canoa furada... Dóida canoa...

Se para te amar tem que se sujeitar – se converter,
Aos costumes desvairados de tua pessoa;
Acho melhor dormir a beira-rio...
De que, navegar em tuas ideias, pois me dá calafrio!
Tu vives arrepiada contigo mesmo, a se entreter...

O amor para mim não é isso, ó minha amada!
Mas hei de te amar, ainda que estejas
Numa controvérsia de minha jornada:
Sei que sofreremos, mas ficarei de lado.

Não me jogarei fora do equilíbrio para ser você,
Naquilo que vives a ser e fazer...
Amemo-nos do jeito que somos, mas separados.

303. Adeus Mulher

Eu fiz canções de amor – falei bonito!
Mas os meus versos foram um grito
Dentro de mim - porque não soube lhe amar;
Tu foste me deixando ao luar
De um hangar imenso, de tristeza e solidão:
- A minha alma ficou suspensa a chorar...

Pois falei, cantei, mas não soube lhe amar;
Do jeito que me esperava em teus anseios...
Não pude descobrir o segredo do teu sonho;
E agora, levaste a outro para desvendá-lo ...
Pois falei, cantei, mas não soube lhe amar.

Sabe se lá, Deus! O que na realidade tu queres,
Nas silhuetas destes teus anseios de mulher;
Sonha e sonhas... Coisas doidas – enfadonhas!
Que em mistérios sonhas e não sabes, dizer.

No entanto, se pudesse eu – iria pensar...
Mas, se me quisesse? Deixar-me-ia te amar;
Mas agora sei que não tenho o que queres.

304. as intenções marginais

Bolotas de carne envenenadas? Nem pensar!
Isso não se ponhe aos canis
E nem aos cães de guardas adentro das muralhas,
(Para fazer os seus donos mais seguros)
Em moradas grotescas ou planejadas...
Muito menos aos frágeis humanos em migalhas...

Bolotas de carne envenenadas? Nem pensar!
Estão loucos? Ou beberam e cheiraram um pouco?
Dos manjares de deuses loucos – de lúcifer.
Sei que isso faz, vós, não por idolatria;
Mas porque não tem para onde correr, desse cio...

Quem dá bolotas envenenadas para matar
Tem vingança brava no coração – ou a intenção
De roubar à casa alheia – isso é sangue ruim!
- Sangue bandido nas veias.

São esses e outros comportamentos que os levam
As cadeias... quem dá bolotas para matar;
Deveria comê-las e de vez se apagarem ao adeus.

305. Tudo começou entre nós

A gente saia (Neusa e eu) e ia brincar lá na rua:
Coisa de criança (eu na minha e ela na sua).
O tempo foi passando... E ela me querendo,
Querendo, querendo, querendo e querendo...
Mas, por não ser pedófilo, preferi o pudor!
E a menina foi crescendo... E crescendo...

E num belo dia, eu tive uma surpresa dela:
- Zezinho, eu aprendi te amar com os cinco anos
Em que a gente brinca na rua...
Pois é desde os treze que eu sonho em ser tua...
Agora tenho dezoito: deixemos as amarguras...

Agora Zezinho, poderemos nos amar
Sem o duro ditar – da ditadura,
Da própria diferença que havia entre nós
Pela a idade – que ainda existe! Mas...

Com os dezoitos ninguém irá atrás de nós
Para nos incriminar por este amor bonito
Que já nos Poe livres e a sós... tudo começou.

306. Meu amigo é quase diabo

Certa vez eu perguntei ao amigo que bebia:
Oi bicho! Aonde vai a caipirinha que tu bebes?...
Então me respondeu: A que eu bebo para o estomago,
Mas a que o diabo bebe... Ele mesmo a carrega...
Ele me deixa a água, o açúcar e o limão!
E carrega o peso do álcool lá para a imensidão...

Realmente não dava para controverter suas palavras:
O homem bebia e bebia e nunca ficava bêbado!
Muita gente comentava e o sondava, mas...
Nem mesmo sua família a via bêbada;
E aquilo nos fazia pensar profundamente no caso!...

Suposição: Talvez, o diabo seja o seu estomago;
Que bagunçado e podre já não senti mais o álcool.
Respondeu-me a sua mãe um dia depois disso,
Quando a interroguei: Poderia ser isso..., mas não é!

O meu filho bebe desde o tempo de mocinho
E ninguém nunca o viu bêbado: dá para crê?...
- Dá sim, minha senhora! (Meu amigo é quase diabo)!

307. Tirando o veneno da calunia

Desfolhas a alma embrutecida,
Oh! Minha amada, meiga e compadecida!
Su’ alma está bruta e sem inspiração a vida;
Porque viveste agrura profunda, doloridas...
Desfolhas a alma e tira de letra esse perigo:
Hoje ainda a verei: perfumada e reerguida,

Aos bons costumes que tens a tua vida!
- Um passeio noturno ao Teatro Leblon!
E depois, uns petiscos na lanchonete...
De volta a terei na banheira, toda esperta;
Envoltas aos desejos de amor dos bons!

Tira da alma esse veneno que a puseram
Por inveja! Pois tu o sabes, quanto te quero!
Não deixe essas invejosas bagunçar a nossa vida:
Deus tem mais Anjos nos Céus para nós,

De que, o diabo tem lá no inferno a nos escurecer...
Deus nos dará à luz em cada dia para percorrer,
A jornada deste nosso romance: até nos envelhecer.

308. A virtude do bom conselho

Só uma palavra amiga levanta a alma abatida,
Em certas horas, que o mundo se desaba sobre nós...
O incentivo de vida às vezes murcha como uma flor;
Então precisamos de algo que nos venha com amor
Do fundo da alma de outra pessoa;
Os conselhos de levantar o astral de alguém,

Nunca deveria ser negado!
Mas isso às vezes falha por uma timidez banal:
Que nessas horas os tímidos percam suas timidezes
E abram os corações de vez para socorrer
Os amigos tristonhos – sob peso de problemas.

Carregar a cruz por um pouco poderá ser uma solução
De grande valor ao necessitado!
Pois Cristo ficara imensamente agradecido pela a ajuda
Que lhe fora dado por José de Arimateia.

Fazei isso! Quando fordes convocados em sentimentos;
E recebei isso! Quando forem uns dos necessitados...
Só uma palavra amiga levanta a alma abatida, pensai...

309. Calúnia de ex-amigo

Nunca houver em mim tais pretextos, bambos...
Conforme insinuas, oh, cara amiga Sandra!
Não a recusarei por amiga, ainda,
Porque sei que em ti os meus desejos se recreiam...
E por outro lado, em muitas coisas tu foste um espelho:
- As pessoas te adoram como uma grande mulher!

Todo mundo erra! E sei que errara também,
Ao insinuar coisas tão graves assim:
- O que está acontecendo contigo, oh, Sandra?
- O que lhe faz agir assim tão friamente?
- Quem está te influenciando a pensar assim?...

(...) perdoai-me por gentileza (respondera-me):
Pois foi o teu melhor amigo que me viera dizer
Turbilhões de coisas... Como se fosse o teu duble...
Mas sei que ele não tem moral para afirmativas;

Por isso, insinuei sem ter certeza alguma!
Então escolha, entre nós – qual se dará por espuma...
- Oh, minha querida Sandra! Ele vai virar estrume

310. A donzela

Desvenda-me os teus olhos, ó donzela,
Do segredo da tu’ alma bruta e bela!
Alma doce e enxuta (isenta de amor) ...
Alma bruta devida o pudor!
Alma enxuta (sem suor do alheio desejo)
Ah! Como eu quero no meu lampejo,

Enxugar-te e lapidar os teus olhos
Aos desejos de amor por mim:
Amo-te doidamente, mas no genial,
Olhos de Anjo e não de serpente,
Porque o meu amor é bom e divinal!

Eu te quero com amor lindo e eternal!
Serei somente seu – e tu, somente minha!
Serei teu homem nu, teu banho e mesa...
Adornar-te-ei: o corpo, a casa e a luz acesa...

Quero ser o teu príncipe! E tu, a minha princesa!
Desvenda-me os teus olhos,
Do segredo da tu’ alma bruta, doce e enxuta.

311. Mulher menina

Tu és doce e refinada qual o açúcar branco e fino
Tens uma alma avolumada de amor, mas
Um coração e corpo de menina.
Tens a pele macia como uma mecha de algodão;
Todavia és mais escura e cobiçada...
De que a tal mecha que não me traz ilusão.

Tu não és mulata e nem branquela;
Nem pele negra, vermelha ou amarela:
Tu és a pequena mais bela!
Em que meu coração espera,
Poder amá-la pó toda uma vida,

Achei em ti o melhor remédio
Para curar o meu tédio
Contra outras mulheres,
– Que não souberam ser... Mulheres!

Tu és doce e refinada qual o açúcar branco e fino
Tens uma alma avolumada de amor, mas
Um coração e corpo de menina.

312. A menina e a sacola

Quase morto à porta de uma escola
A menina caída pedia-nos a sua sacola:
Atropelada, ensanguentada à espera de socorro!
Alguém que ali assistiu o atropelamento,
Catou-lhe a sacola e a deu como unguento...
E ela abraçou-a como se fosse a própria alma.

O socorro veio e a menina se foi
Acompanhada de uma professora Nisei.
Dias depois... preocupado com a menina,
Outras pessoas e eu: Ali voltamos:
Graças a Deus, a menina não morreu!

Já estudava e carregava a sua sacola artesanal;
Pois era um presente de seu pai, já falecido!
A menina a tinha por lembrança
E uma espécie de anjo da guarda...

Por isso, quando abraçara caída ali no chão,
Imaginava estar abraçando o pai:
Talvez, foi isso que lhe assegurá-la a vida.

313. A maldade do r