Z-21) Triagem de Crônicas - Crônica > 209 págs
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Não quero a liberdade absoluta...
- Nem o espaço bruto dos animais...
- Nem quero os sonhos de macacos,
Nem a má sorte do destino opaco
(De estar detrás de uma jaula).
- Eu não sou Macaco, nem Índio:
Ou qualquer outro bicho...
Para viver entremeio garranchos das matas,
- Nem tampouco ladrão de verba micha,
Para curtir o mofo de uma jaula chata.
Não quero a liberdade dos Jalofos,
Da tribo africana, da região de Senegâmbia.
Nem tampouco a covardia da coragem mofa...
Desses poderosos que é qual uma lâmia!
Esses poderosos falam com tanta eufonia...
Que a expressão tem suavidade feminina...
- Mas, depois chupam o sangue dos inocentes...
E se retiram quais aves dementes!
(E nunca mais!...).
Eu não quero ser bicho Índio,
Nem bicho fera na seca relva,
E menos ainda!...
Os bichos homem indigentes, livres na seca relva.
Não quero ser ladrão livre,
Nem inocente preso.
Não quero o poderio dos grandes,
Nem a insegurança dos indefesos...
Que pelo mundo se expande...
“Quero apenas ser eu, com os meus compromissos”.
002. BOM DIA A CAVALOS
Malucos são todos os poetas e dramaturgos...
Profetas e Filósofos...
Ou qualquer outro que trabalha a arte escrita,
Que expressam o poder do absurdo rito!...
Esses intelectuais deveriam nascer mudo e surdo
Para evitar se encher o mundo – de suas marmitas...
O povo vive a comer todas as suas artes eruditas.
Aquele que não come as letras desses malucos:
São aqueles que comem e escutam os críticos, e,
Precipitam-se ao despenhadeiro dos tais faladores,
Endemonhados críticos que falam e falam...
E dão bom dia a cavalos...
Pensando ser respeitados
Por ouvintes ou leitores intelectuais;
Mas estes são os que os veem - perdidos em Haras...
Criticando os grandes mestres da escrita e da fala...
Bom dia oh, malucos! Vós sois cavalos.
Bom dia oh, endemonhados críticos!
Vós sóis livres para passear pelos os Haras...
E mostrar a vossa arte de dar ”Bom dia aos cavalos”.
003. O ÚLTIMO FURTO
O último furto antecedeu ao barulho da morte...
Pois aquele pobre garrote,
Morreu tentando levar o pertence alheio
De um materialista que tinha sangue ruim nas veias.
Um rapazinho de menor de idade, desarmado,
Tentou furtar um relógio de um padeiro.
Pois a porta do fundo da padaria estava aberta
Quando o rapazinho adentrou pensando ser esperto
Ao cobiçar um relógio de pouca valia,
E lhe custou à vida, enquanto:
Ao infeliz padeiro: Muitos anos de cadeia
Duas ações inconvenientes ouviram ali
Que não tinha necessidade do crime de morte,
Já que o pestinha estava desarmado:
Isso não se encaixaria a legitima defesa
De forma alguma! Meu Deus, que tolice,
A consciência humana estava sem rumo...
Um corpo debaixo da terra e outro na Cadeia,
Porque jamais isso poderia deixá-lo impune:
O relógio ficara dependurado na padaria,
Simbolizando (Uma prisão e uma ossaria).
004. COITADO DOS TONTOS...
Coitado dos tontos...
Lá na selva eles se advertem,
Com lépidas caldas cumpridas,
Enrolando-se aos galhos:
Os tontos eram macacos...
Macacos que caiam em armadilhas... E saiam felizes!
Engaiolados em caminhões
De espertalhões que vinham da cidade.
Os amiguinhos da Selva saiam para cidade,
Sem saber que lá se apartariam a boa amizade:
Uns eram levados para os circos,
E outros para os zoológicos (grandes e pequenos)
De diversas localidades...
- Ali encontravam novos amiguinhos,
E um grande número de admiradores...
- Lá nos circos multidões os aplaudiam,
Pelas graças que faziam nos palcos...
(Mocidades, crianças e idosos, admiravam-nos!).
No zoológico então, o contato era ainda melhor:
As pessoas se aproximavam sorridentes
E as crianças davam gargalhadas...
Parecia-me que alguns, dizia: Que legal essa vida de agora...
Quanta gente me olhando!... Isto aqui está bom demais!...
(Mas, outros ficavam amuados num canto a chorar) ...
- Os macacos também choram com seus modos de animais...
- Não desta nossa forma em que choramos, é claro!
- Coitados dos tontos ficavam amuados... Só Deus sabe!...
O que sentiam naquelas horas...
005. A BUSCA DE POSIÇÃO SOCIAL
Ruas estreitas, torcidas quais cobras,
Subindo e descendo morros enormes,
Com sede e fome de fazer o progresso...
De gente que nascem e crescem
Esfomeados de ser alguém importante
E ter valores atraentes de capitais...
Esse é o Brasil de todos,
Ou, de quase ninguém!
Pois são poucos – os que têm muito...
E muitos – os que têm pouco...
As ruas das cidades se enchem de gente
Que tem uma posse, ralé!
(São muitas Marias e muitos Josés) ...
O nascimento incerto de novos brasileirinhos
Sucedem a cada instante,
Sob os gritos alto-falantes:
De pais, parentes e amigos.
(O nascimento é um perigo de sofrimento).
Crescei e multiplicai...
Oh, raça de ignóbeis víboras...
Pois, tanto os Ricos quanto aos pobres,
Ao mal se irrigam... outro pior perigo!...
Ruas estreitas, torcidas quais cobras,
Subindo e descendo morros enormes,
Com sede e fome de fazer o progresso...
De gente que nascem e crescem
Esfomeados de ser alguém importante
E ter valores atraentes de capitais...
São cobras que mordem e se mordem
Para se instalar,
Sob o sol de uma posição social.
006. O RISO POLÍTICO
Sem caráter algum,
Escova os dentes e punha na cara um sorriso quente...
Abraça a polução e dá beijinho nas crianças,
Faz um glute, glute nenenzinho...
E vai vendendo a sua farinha... de político eloquente.
Esse sorriso nos sairá caro,
Por isso fata dinheiro para melhorar os salários:
Coitado dos professores, pensionista e aposentados;
E outros tantos que mastigam... Salários de otários.
Putsche!... Que sorriso doce e falsificado:
O povo suspira cheio de expectação de melhorias,
Mas esse sorriso nos leva ao Calvário a ser crucificado...
E cada um que vai substituir o outro,
Promete que vai fazer de nós: Um povo ressuscitado!
Putsche!... E o povo acredita nessas lábias.
Credo em cruz... Ave Maria!
Somente Cristo fora ressuscitado da morte da cruz!
Porque os outros ficaram enterrados, mortinhos da silva:
Querem nos pendurar num madeiro de maldição,
Quais aqueles malfeitores do tempo da crucificação.
Sem caráter algum,
Escova os dentes e punha na cara um sorriso quente...
Vai enganar trocha assim lá nos infernos!...
O povo precisa ser mais consciente e menos carentes,
Desses blábláblás... parecem que gostar de lorotas...
Mais todos os políticos são poliglotas, nas mentiras.
007. TEMPO E ESPAÇO
Os navios encostaram-se aos cais marítimos,
(Rampa intermediaria, entre a desgraça e o capitalismo),
Para transportar os frutos opacos dos brios encardidos,
Desses míseros humanos, empanados e desnutridos!
Desprovidos de qualquer direito humano de ser...
Gente igual a nós - porque antes desse mal, os eram!
Os navios encostaram-se aos cais marítimos,
Para transportar as exportações clandestinas de madeira,
Café, carvão e açúcar e outras tantas miudezas,
Íntimas brasileiras:
Sem falar nas escavações para encontrar o ouro dos garimpos.
Dentro dos tempos e espaços,
O gelo se derrete e traz a normalidade,
Mas depois disso, vem o mormaço e as chamas de fogo,
Que derrete até o aço!...
(Tudo se constrói e se destrói na irregularidade).
Antes era:
Os navios e a escravidão contidos no seio da escravatura,
Encantando diabolicamente os escravocratas na capitalização!
Porém hoje a liberdade,
Que deveria ser algo de grande satisfação,
Também já se esgarça em gigantesco ferrão!...
Escravos brancos se enroscam na liberdade
Que parece um oceano... E se for...
Muitos estão semimortos boiando na espera de socorro...
O modernismo tem por seus governantes os atuais capitalistas,
Que subordinam os novos escravos,
Agora de todas as raças e cores...
Porque dizem não serem racistas...
E não são mesmos!...
Todos estão postos as suas listas:
008. LIBERDADE NOS DIREITOS DO POVO!
Dentro dessa democracia e liberdade de vida,
Temos uma corda amarrada ao pescoço
Para pastar até certa altura...
Os cabritos e ovelhas vão a uma distância...
E os bois e cavalos têm uma
Distância maior devido à robustez que atingiram.
E os porcos?...
Os porcos ficam soltos, mas se subordinam aos chiqueiros...
Mas tem poço que arromba a cerca,
E ganha liberdade de outra maneira...
Deixa para lá!... Porcos e cabritos nunca serão bois e cavalos:
(...) O povo troca de emprego, oficio e ilusão!...
Há uma peleja contínua,
Mas prossegui numa mesma situação
Por causa da corda financeira que amarra
O pescoço, impondo limites à quase toda a nação.
Os porcos não têm cordas,
Mas arrombam os chiqueiros
E são pegos de qualquer maneira:
Vira-e-mexe... Estão dentro de uma prisão.
Os brancos são escravos livres e animais humanos;
De vez em vez, alguns acabam por prosperando:
(Saindo da escravidão banal).
Camelar feito escravos
É um habito que os pobres carregam sem inibição!
Eh!... Cadê a sua casa própria? (- Não tenho)!
Os pobres vivem sem condições alguma,
De terem as condições de saborearem o necessário pão!
- Comem o que não queriam!
O que queria e não comem: fica à irrisão!...
- O pobre anda de calças curtas, e tão curtas...
Que são humilhados na própria estação;
Enquanto isso, os ricos ficam com tudo, fazendo conspiração.
Tem políticos que falam em mudar tudo...
Pela a mera ignóbil das intuições;
Mas quem está o par de tudo,
Sabe que estão induzidos pelos os partidos;
Que se concentram a fazer uma boa politização
Para chegar às altas posições:
- Assim vai... assim vem...
O mundo é dos espertos e de mais ninguém!
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